Imagine a seguinte situação: em plena aula, um macaco entra na classe, revira a lata de lixo, pega uma bala, desembrulha, joga o papel no chão e sai correndo. A cena, inusitada, aconteceu na manhã de ontem no Colégio Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira, na Zona 5, ao lado do Horto Florestal.
Os macacos, moradores do horto, começaram a aparecer no colégio no ano passado, mas essa foi a primeira vez que um deles se atreveu a entrar numa sala de aula.
"Eu fico sensibilizada porque eles vêm até a escola porque estão famintos", diz a professora de inglês, Ciça de Oliveira, que teve a aula interrompida pela malandragem do macaco.
A ousadia dos bichos é tanta que a escola teve de mudar a rotina. Assim que o intervalo termina, as zeladoras esvaziam as lixeiras para evitar que o bando revire os latões e espalhe o lixo pelo chão.
Além disso, é proibido abrir as janelas nas salas dos professores, da direção e da pedagogia. Se os vidros ficam abertos, os macacos entram e, sem cerimônia, sobem nas mesas para comer os biscoitos dos docentes.
A pedagoga Lúcia Helena Silva Dias Furtado não gosta da invasão dos bichos na escola. "No calor é insuportável porque não podemos abrir a janela. Aí a gente liga o ventilador para aliviar o calor, mas os papéis começam a voar. Não dá certo", reclama.
Mas há quem goste dos invasores. "Eu os acho bonitinhos. É desestressante vê-los passear pelo pátio enquanto estamos trabalhando", diz a professora de língua portuguesa Maria Lúcia Zago. Tanta proximidade, no entanto, tirou a liberdade dos funcionários do colégio. "Os macacos nos enclausuraram dentro da escola", afirma.
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