quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Raulzito faz em Maringá, nesta quinta, 1º show-tributo pelos 20 anos sem Raul Seixas


O dia 21 de agosto de 1989 foi uma data triste e alegre para Walter Farias, o Raulzito. Alegre, porque era aniversário do cantor nascido em Campina Grande (PB) e radicado em Maringá. Triste, porque foi naquele dia que morreu o grande ídolo de Farias, o cantor e compositor baiano Raul Seixas.
Nesta quinta-feira (3), Farias, ou melhor Raulzito, fará no MPB Bar o primeiro show-tributo em Maringá pelos 20 anos sem Raul Seixas. A apresentação deveria ter acontecido no dia 21, mas foi adiada devido ao surto de gripe suína. No show, o Raulzito maringaense vai interpretar um repertório que mistura os grandes sucessos do Raulzito baiano com músicas menos conhecidas, os chamados “lado B”. O público vai ouvir clássicos como “Maluco Beleza”, “Gita”, “Metamorfose Ambulante” e “Sociedade Alternativa” e músicas menos tocadas nas rádios, como “Tú És o MDC Da Minha Vida” (do disco “Novo Aeon”, de 1975), “Meu amigo Pedro” (do disco “Há dez mil anos atrás”, de 1976) e “Abre-te Sésamo” (canção-título do disco lançado por Raul em 1980). “É um show para todos. Para os fãs que sabem todo o repertório e para o pessoal que conhece apenas os grandes sucessos descobrir essas outras músicas”, explica Raulzito. O cantor diz que levou cerca de quatro anos até construir o repertório de 20 músicas que usa em suas apresentações e que cantará na noite de hoje no MPB Bar. “Raul Seixas continua atual por causa de suas letras, que são futuristas e continuam atuais. Um exemplo é ‘Aluga-se’, que fala de política e parece que foi feita hoje. Já ‘Gita’ fala de Deus como um todo e ‘Trem das 7’ é uma canção totalmente bíblica, tirada do livro do Apocalipse. São temas e mensagens com os quais as pessoas se identificam e que perduram até hoje, não foram feitas só para a década de 70 ou 80”, explica o cantor. Em seus shows, Raulzito sempre fala sobre a vida e a obra de Raul Seixas, trazendo histórias sobre cada uma das músicas que vai cantar. Ele conta a lenda, por exemplo, de que o roqueiro baiano escreveu “Metamorfose Ambulante” aos 11 anos, na parede de seu quarto, e que “Sociedade Alternativa”, música que fez com que Raul Seixas precisasse se exilar (após a ditadura militar considerá-lo um subversivo), na verdade foi inspirada em um livro do bruxo Aleister Crowley e não tinha nada a ver com qualquer forma de protesto político . Nos shows, Raulzito praticamente se transforma em Raul Seixas. Fisicamente, o mais difícil é colocar a barba postiça. Mas a maior transformação, mesmo, é a psicológica. O cantor diz que quando entra no palco encarna o próprio Raul. “O Walter sai de cena e entra o Raul. São pessoas totalmente diferentes. Os gestos são todos do Raul. Eu procuro não fazer uma imitação. Sou um intérprete e não um cover”, diz Raulzito. Para lembrar “Tributo a Raul Seixas – Raulzito”, nesta quinta-feira (3), no MPB Bar. Ingressos a R$ 15. Informações e reservas: 3028-4239. Prévia sonora na página do intérprete.

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