terça-feira, 5 de outubro de 2010

Sem acordo, greve dos bancários entra no 7º dia

  • A greve nacional dos bancários entra no sétimo dia sem perspectiva de terminar. A categoria esperava, ontem, que a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) se manifestasse para uma negociação, mas até o fim da tarde não havia novidades.

    O Banco do Brasil não aderiu à greve e o Banco Bradesco trabalhava ontem com uma liminar de interdito proibitório, medida que impede o sindicato de fazer greve sob pena de multa diária no valor de R$ 10 mil. O Sindicato dos Bancários tenta cancelar a medida.
    Ricardo Lopes
    Consumidor deve ficar atento às contas; saques e pagamentos podem ser feitos nos caixas eletrônicos
    Os bancários reivindicam uma reposição salarial de 11% e os banqueiros oferecem 4,29%. Sem acordo, pelo menos 6.500 agências de todo o País fecharam as portas, segundo estimativas da Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito (Contec).

    Em Maringá, segundo o Sindicato dos Bancários, 46 das 56 agências não abriram e, aproximadamente, 700 bancários cruzaram os braços. Na região dos sindicato - compreendida por 21 municípios -, das 42 agências, 32 aderiram ao manifesto e 150 bancários estão sem trabalhar.

    "Deixamos bem claro à Fenaban que estamos disponíveis às negociações. A federação faz uma proposta medíocre e vai embora sem discutir nossas reivindicações. Tentamos negociar desde onze de agosto", reclama Claudecir Sousa, presidente do Sindicato dos Bancários de Maringá.

    Enquanto dura o impasse entre banqueiros e bancários, a população sofre especialmente no início do mês, quando muitos recebem os salários.

    "Nesse caso, deve ser feito o saque com o cartão. Os caixas eletrônicos estão sendo abastecidos normalmente", aconselha Souza, acrescentando que espera a compreensão da população. "Tentamos, por meio das negociações, melhorar até o atendimento ao público", argumenta.

    Contas

    Para pagar as contas, os consumidores devem se cercar de cuidados. O conselho é do diretor do Procon de Maringá, Dorival Dias. Ele observa que o consumidor se sente isento de pagar (e até protegido) por causa da greve.

    "Mas há opções, como casas lotéricas, farmácias, postos de serviços, que recebem muitas contas. Caso a dívida possa ser paga nesses locais, mas a pessoa não efetua o pagamento, poderá ser multada. A dívida não é com o banco, mas com a empresa credora onde o consumidor contratou os serviços ou adquiriu algum bem", orienta.

    Mas, caso não exista um local alternativo, prossegue, é preciso que o consumidor entre em contato com a empresa contratada (credora) e manifeste a vontade de pagar e a impossibilidade de efetuar o pagamento.

    "Neste caso, o consumidor deve pegar o protocolo de atendimento que confirmará que ele procurou pagar a dívida, mas não conseguiu", arremata.

    Dias ressalta ainda que os consumidores devem ficar atentos, pois há situações em que as agências bancárias de bairros continuam trabalhando normalmente.

    Inflação

    A Fenaban disse ontem, por meio da Assessoria de Imprensa, que fez a proposta de 4,29% para começar as negociações, e que o índice pode ficar maior, mas não recebeu resposta do Sindicato dos Bancários.

    A instituição diz que este percentual refere-se à inflação deste ano. Na greve do ano passado, os bancários pediam mais de 10% de reposição, mas o acordo foi fechado em 6%.

    A inflação era de 4,44%. Ontem à tarde, a Fenaban disse que não havia reunião marcada com a categoria para resolver o impasse.

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