quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Postos elevam preço do litro de álcool em até R$ 0,30 e o de gasolina R$ 0,10


O aumento no preço do etanol (álcool combustível), registrado nas últimas semanas, assustou os consumidores e até os revendedores. Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Paraná (Sindicombustível), Roberto Fregonese, o aumento é assustador, porque tem sido contínuo e num período de safra.

"Em um ano, a variação de preços foi de 16,45%. De junho para cá,já subiu 38,65%. Imagine daqui 30 dias, quando acabar a safra", disse.
Ricardo Lopes
Alta assusta os consumidores; o andar a pe pode ser uma opção
Os consumidores resumiram o reajuste numa palavra: absurdo. A maioria garante que os preços sobem apenas em Maringá. "Na região, os preços são bem menores", conta o supervisor de vendas Samuel de Oliveira.

Segundo ele, a gasolina, que em Maringá ontem era vendida em R$ 2,60 e 2,75, pode ser comprada a R$ 2,39 em cidades próximas. "Eu abasteço na cidade porque a empresa tem contrato aqui, mas os preços praticados em Maringá são absurdos."

O mecânico Cleverton Holmer não tinha visto que os preços haviam subido, quando parou para abastecer e levou uma surpresa. "Nossa! Tá caro demais. Uma vergonha", reagiu.

Em média, o consumidor final está pagando cerca de 20% a mais pelo etanol e 10% pela gasolina. No caso do álcool, a aumento chegou a R$ 0,30 por litro na bomba, nas últimas semanas.

Em todo o País

Produtores e distribuidores dizem que a escalada dos preços é nacional. "A gasolina sobe por causa da composição de álcool que recebe", explicou Fregonese.

Ele elencou três fatores que teriam influenciado os aumentos: a proximidade do fim da safra de cana-de-açúcar, o clima e o crescimento nas vendas de veículos bicombustíveis, o que ampliou a demanda pelo combustível.

Para o presidente do Sindicombustíveis do Paraná, a situação é preocupante. "A produção menor nos preocupa, porque pode vir a faltar o produto no mercado interno."

A previsão, de acordo com o sindicato, era produzir 26,5 bilhões de litros de álcool nesta safra. A estimativa atual caiu para 20 bilhões. "Nosso consumo interno deve ficar entre 18 e 18,5 bilhões de litros, o que indicaria uma folga, mas temos que considerar a previsão de se exportar 4 bilhões de litros, além do aumento da produção de açúcar, que influencia nessa conta", explica o sindicalista.

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