segunda-feira, 8 de novembro de 2010

RockMelt revela o navegador para a era do Facebook

Tela do RockMelt, novo browser 

'The New York Times'

"Se soubéssemos do Facebook, Twitter e Google em 1992 ou 1993, eles estariam no Netscape"
Marc Andreessen
O Vale do Silício está repleto de histórias sobre a Máfia do PayPal, o coeso grupo de ex-funcionários do PayPal que ajudou a lançar e financiar uma nova safra de empresas iniciantes. Mas William Campbell, uma espécie de poderoso chefão do Vale do Silício, disse em uma rara entrevista: "Também existe uma Máfia do Netscape". E como as famílias mafiosas às vezes fazem, a Máfia do Netscape está se reunindo para um encontro. Nesta segunda-feira, a RockMelt, uma empresa fundada e financiada por um grupo de ex-funcionários da Netscape, lançou um novo navegador para a web, dezesseis anos depois que o Netscape surgiu como o primeiro browser comercial e doze anos depois que a empresa foi vendida para a AOL ao perder a chamada guerra dos navegadores para a Microsoft.

"Acreditamos que é uma ocasião fantástica para construir uma empresa em torno de um navegador", disse Marc Andreessen, co-fundador da Netscape e cuja empresa de capital de risco, a Andreessen Horowitz, é o principal suporte financeiro da RockMelt. Embora a maioria das pessoas passe mais tempo usando um navegador da web do que qualquer outro tipo de programa em seus computadores, os browsers não acompanharam a evolução da Web como um hub de mídia social, disse Andreessen. Ele e Campbell, um antigo membro do conselho da Netscape que está assessorando a nova empresa, além de investir nela, disseram que o RockMelt é um navegador para a era do Facebook. À primeira vista, o RockMelt parece um browser comum, uma vidraça digital para a web.

Na lateral de sua janela principal, porém, existem duas barras finas, uma mostrando os amigos do usuário à esquerda e a outra revelando seus sites sociais favoritos, incluindo o Twitter e o Facebook, do lado direito. Um botão "compartilhar" torna mais fácil postar uma página web, um vídeo do YouTube ou outros itens para o Facebook, Twitter e outros sites. Da mesma forma, os usuários podem atualizar seu status ou manter o controle das atividades de seus amigos em qualquer rede social na janela principal do navegador. Ele também pode adicionar ou remover amigos facilmente, ou conversar com eles, na barra do lado esquerdo. Quando um usuário pesquisa no Google, o RockMelt não só apresenta os resultados da pesquisa, mas também busca páginas associadas aos resultados, de forma que é possível visualizar as páginas mais depressa e decidir em qual clicar.

"Se soubéssemos do Facebook, Twitter e Google em 1992 ou 1993, os colocaríamos no navegador", disse Andreessen, referindo-se ao Netscape. "Esta é uma oportunidade de voltar e fazer a coisa certa." Como outros navegadores, o RockMelt será gratuito, e como o popular browser Firefox terá o código aberto – planeja ganhar dinheiro com uma parte das receitas provenientes de buscas realizadas por seus usuários. Mesmo com todas essas modernas características, os desafios diante do RockMelt, que convida os usuários a experimentar uma versão de testes a partir desta segunda, são enormes. O mercado de navegadores tornou-se intensamente competitivo nos últimos anos, e é dominado por gigantes como Microsoft, Apple e Google, além do Mozila, que faz o Firefox.

"Se fazer ouvir no meio de tanto barulho vai ser difícil", disse David Yoffie, professor da Harvard Business School e autor de um livro sobre a batalha entre Microsoft e Netscape. Considere o destino do Chrome, o mais recente competidor do mercado de navegadores, lançado há dois anos pelo Google. Apesar de resenhas favoráveis e de ser fortemente promovido pelo Google – com anúncios e links no site da empresa, a página mais visitada da Web –, o Chrome conquistou apenas 8% do mercado, segundo a NetApplications. Mesmo a Microsoft, considerada um retardatário em inovação em grande parte da década passada, renovou o Explorer nos últimos anos e espera lançar uma nova e melhorada versão em breve. Um versão de teste foi baixada 10 milhões de vezes em apenas seis semanas, segundo a Microsoft.

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