A cúpula do PT vai defender a volta da CPMF, o imposto do cheque como alternativa para manter os programas sociais em andamento diante do forte ajuste fiscal que será imposto pelo governo Dilma Rousseff. Além disso, o PT vai insistir na proposta de taxação das grandes fortunas, embora o governo pretenda enviar ao Congresso projeto de criação de um imposto federal sobre heranças.
"O governo é uma coisa e o partido é outra", disse o presidente do PT, Rui Falcão. "A presidente vai mandar para o Congresso um projeto de taxar grandes heranças, que hoje é um imposto estadual sobre qualquer herança. É preciso tomar cuidado para que não achem que nós queremos tungar os velhinhos e as velhinhas. Nós queremos taxar as grandes fortunas, porque é isso que perpetua a desigualdade no mundo todo", disse.
A CPMF, por sua vez, não é chamada de imposto pelo PT. "Não estamos falando de novo imposto. É uma contribuição social sobre a saúde", afirmou Falcão.
O PT discorda da revisão de direitos trabalhistas e previdenciários proposta pelo governo para cortar despesas, como as restrições para acesso ao seguro-desemprego e ao abono salarial, e vai propor ao governo "fontes alternativas" para aumentar a arrecadação.
Na lista estão a CPMF e o imposto sobre grandes fortunas. "Grandes fortunas, imposto sobre herança, financiamento da saúde são bandeiras aprovadas em reunião do Diretório do PT. Eu não estou inventando a roda", comentou o presidente do PT.
Questionado sobre declarações do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, para quem medidas como a taxação de grandes fortunas não têm tanto impacto, Falcão disse que, embora seja "muito difícil" no Brasil mudar a estrutura tributária "regressiva e injusta", o PT continuará insistindo nisso por causa de sua base social.
"É um impacto que ajuda no ajuste fiscal e que dialoga com a nossa base também", admitiu ele. Na avaliação de Falcão, que se reúne nesta quarta-feira com deputados do PT para discutir essas propostas, as mudanças na base tributária do Imposto de Renda também "reduzem a desigualdade e, além disso, favorecem a classe média".
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