quinta-feira, 30 de junho de 2011

Comerciantes não aceitam mão única em trecho da Brasil


Ricardo Lopes
Avenida Brasil no Maringá Vellho: prefeitura
quer mudança no tráfego

Projeto de mobilidade urbana para a Avenida Brasil, que será apresentado pela prefeitura no próximo dia 4, prevê um sistema binário no Maringá Velho.
A intenção é implantar mão única na via, sentido Centro-rodovia, entre as praças Sete de Setembro (Peladão) e Rotary Internacional (Fim da Picada). Com a mudança, a Rua Antônio Carniel serviria aos motoristas no sentido Centro.
Moradores e comerciantes do Maringá Velho, que não gostaram nada da novidade, receberam os detalhes do projeto em reunião na Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim), na segunda-feira passada.
"Fomos pegos de surpresa quando recebemos um convite para comparecer a essa reunião. A prefeitura apresentou um projeto e a maioria do pessoal não ficou contente", diz o presidente da Associação de Moradores do Maringá Velho, Rosnei Oliveira.
O descontentamento levou a associação de bairro a criar a Comissão da Revitalização da Brasil no Maringá Velho, formada por 10 moradores antigos do bairro, para apresentar contraproposta à prefeitura. Ontem à noite, em reunião a portas fechadas na Acim, a comissão deixou claro que não quer a transformação da Brasil em mão única.

A avaliação dos moradores é que a modificação faria do Maringá Velho mera rota de saída da cidade, prejudicando o comércio. "Não gostaríamos de servir de corredor de saída da cidade. Os empresários têm interesse que a prefeitura faça as melhorias necessárias, mas queremos que nosso comércio seja respeitado", diz Oliveira, que reside no bairro desde os anos 50.

A reivindicação da comissão formada pelos moradores foi apresentada, ontem, ao engenheiro da Secretaria de Transportes (Setran), Mauro Menegazzo, e a dois membros da diretoria da Acim: Anália Nasser e Everaldo Belo Moreno. Apesar da indignação dos moradores, o clima da reunião foi amistoso.
Meio-campo
A Acim se apresentou como mediadora nesse conflito de interesses. "Desde o início (do projeto de mobilidade urbana para a Brasil), a Acim se colocou à disposição nessa discussão, sempre em defesa de um comércio forte, inclusive nos bairros", disse o vice-presidente de Desenvolvimento Regional da entidade, Everaldo Belo Moreno.
Ex-morador do Maringá Velho, Moreno diz que a Brasil precisa ser revitalizada, mas que a instalação do sistema binário deve levar em conta a qualidade de vida dos moradores e não apenas melhorias no trânsito. "O bairro não pode ser só uma via de passagem."
Silêncio
O secretário municipal Diniz Afonso, responsável pelo gerenciamento das obras de mobilidade, comentou que a reunião de ontem serviu para ouvir as reivindicações dos moradores. Contudo, disse que a prefeitura vai se pronunciar sobre o projeto apenas na reunião do próximo dia 4, às 18h40, na Acim.
Na semana passada, ele confirmou que a Caixa deu aval para a liberação de R$ 1,3 milhão para as obras na avenida. O processo aguarda oficialização do repasse no Ministério das Cidades. O projeto de mobilidade inclui a retiradas do estacionamento dos canteiros centrais da via (espinha de peixe).

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