Um atentado ocorrido na madrugada de domingo (15) e que terminou com um adolescente de 16 anos ferido com um tiro no peito envolveu um acerto de contas entre duas gangues residentes nos conjuntos Borba Gato e Requião e na Vila Morangueira, localizados, respectivamente, nas zonas sul e norte de Maringá. O crime foi esclarecido nesta quarta-feira (18), depois de dois rapazes suspeitos de ferir o adolescente se apresentarem à 9ª Subdivisão Policial (SDP). Dizendo-se jurados de morte, os rapazes trouxeram à tona outro atentado que não havia sido levado ao conhecimento da polícia.
De acordo com o chefe da Seção de Homicídios, Furtos e Roubos (SHFR), investigador João Osmar Evarini, os problemas entre as gangues tiveram início há cerca de 40 dias, depois de Alyson Felipe Marcolino Carlos, 19 anos, residente no Borba Gato, iniciar o namoro com uma garota da Vila Morangueira. Inconformada com a relação, uma gangue da Vila Morangueira passou a ameaçar Alyson, argumentando que ele não poderia namorar meninas do bairro. Temendo represálias, Alyson decidiu interromper o namoro. Mesmo assim, continuou a ser ameaçado, ao ponto de ter seu carro – um Astra – alvejado com diversos tiros, além de ter uma irmã agredida. Apesar da gravidade do problema, Alyson, que tem antecedentes criminais por porte ilegal de arma e lesões corporais, não levou os fatos ao conhecimento da polícia. “Acredito que ele (Alyson) manteve a polícia afastada para tentar resolver as desavenças por conta própria, junto com seu grupo”, diz Evarini. A situação ganhou novos – e perigosos – rumos na tarde de terça-feira (17), quando um grupo de rapazes ocupando um Corsa e duas motos efetuou vários disparos defronte a residência de Alyson. A mãe de Alyson acionou a Polícia Militar, mas os atiradores fugiram sem deixar pistas.Afirmando estar marcado para morrer, Alyson decidiu se apresentar à Polícia Civil na manhã desta quarta, levando consigo Luiz Paulo da Silva, 22 anos – também morador do Conjunto Borba Gato e com antecedentes criminais por porte ilegal de arma, roubo qualificado e corrupção de menor. Silva é apontado como suposto autor do disparo que feriu o adolescente. Contrariando a versão apresentada pela vítima, os rapazes contaram que na madrugada de domingo aguardavam a abertura do semáforo instalado no cruzamento das avenidas Pedro Taques e Horácio Raccanello quando foram surpreendidos pelo adolescente, que enfiou o braço dentro do carro e tentou desferir uma coronhada em Luiz Paulo, que estava no banco traseiro. Luiz contou que conseguiu segurar a arma e desviou o cano em direção ao adolescente que, em meio à luta, acabou apertando o gatilho. O projétil perfurou a mão do garoto e alojou-se no pulmão direito. Segundo Luiz, a arma foi deixada jogada na avenida. Ainda de acordo com Evarini, os integrantes da gangue do Conjunto Requião e Vila Morangueira já foram identificados e serão interrogados. A reportagem apurou que todos os envolvidos têm antecedentes criminais.
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