segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

HP vai com tudo no WebOS

Companhia colocou todo seu desenvolvimento móvel no sistema de operações do Palm







 
Os dois smartphones que a Hewlett-Packard (HP) anunciou, provocaram apenas indiferença, e seu tablet TouchPad dificilmente será mais convincente do que dúzias de tablets Android e o tablet PlayBook, da RIM. Então por que a HP consideram que a HP está em ascensão?
Em uma palavra, WebOs. Em muitos aspectos, ele está à frente de seu tempo em sistemas operacionais móveis, e com as melhorias anunciadas, ficou muito mais atraente como tablet. O card metaphor funciona bem: qualquer aplicativo, ou dado, pode se tornar um card que aparece na tela do tablet, e usuários o trocam entre si. A HP adicionou o conceito de pilha de cards, onde usuários podem deixar itens relacionados (páginas da Web, por exemplo, ou e-mails).


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  A empresa incluiu um recurso convincente de notificação. Com somente um toque no ícone, mensagens instantâneas, e-mails e outros itens aparecem em um compilador. Os e-mails que passarem por esse sistema, por exemplo, terão seus assumtos revelados, deixando que o usuário selecione uma mensagem e inicie o aplicativo de email. Bem útil.
O Synergy, incluído na primeira versão do WebOS, foi a primeira tentativa da indústria de manter todos os contatos sociais em uma central, unificados para facilitar o acesso para qualquer outro aplicativo. Agora, a HP acrescentou outro dado. Os usuários podem obter uma visão unificada de fotos armazenadas no dispositivo, misturadas com fotos do Facebook, e as provenientes de outros serviços de compartilhamento de fotos (cada serviço é claramente marcado).
De todas as novas capacidades do WebOS, o recurso Touch-To-Share é o mais inovador. Se você está vendo um página da web no TouchPad, por exemplo, mas precisa sair e levar seu smartphone Pre3, simplesmente tocando o Pre3 no TouchPad, ele irá pegar em sua tela a mesma página da web (ou qualquer outro conteúdo que esteja na tela do tablet).
Outras implicações tornam as coisas mais interessantes. Imagine ter uma câmera WebOs, tocá-la em uma impressora com o mesmo sistema operacional e conseguir uma impressão de alta qualidade da foto. Imagine pegar endereço em seu PC WebOS, tocá-lo com seu celular WebOS e conseguir a navegação para ele. Naturalmente esse cenário exige um mundo com a tecnologia centrada na HP.
O que está por trás dos Planos da HP com o WebOS
Que a HP está apostando toda a sua força móvel e uma porção significativa do orçamento da empresa R&D no WebOS e suas múltiplas plataformas de destino (de acordo com as declarações do CTO da HP, Phil McKinney, durante um discurso no ano passado) é um movimento ousado. Poderia facilmente ter escolhido rodar seus dispositivos móveis em uma versão do Windows ou Android.
Mas movimentos ousados não vêm sem riscos. O WebOs era surpreendentemente bom quando a Palm o anunciou há dois anos, e recebeu esse mesmo tipo de burburinho. Dois anos depois com umas das maiores e mais bem-sucedida empresa por trás dele, e o sistema operacional ainda tem atraído mesmo um módico suporte de desenvolvimento.
Apesar de toda a alegação da Palm de desenvolver um aplicativo de desenvolvimento tão fácil quanto criar uma experiência na rede, nunca ouvi um desenvolvedor Palm confirmar essa afirmação. Tenho certeza que há alguns, mas se é a regra em vez da exceção teríamos muitos mais aplicativos por aí. O CTO da HP, McKinney disse que o WebOS PDK, uma ferramenta que converte aplicativos móveis em aplicativos, é extremamente simples, e que se pode transformar qualquer aplicativo iOS em um aplicativo HTML5 e depois, transformá-lo em WebOS. Não temos provas contra isso, mas se é verdade, por que os desenvolvedores não convertem tudo para WebOS?
Depois de a HP anunciar todos seus novos produtos, foram para um evento para desenvolvedores. Esperamos que a companhia tenha dito para as pessoas que irá fazer de tudo para facilitar a vida deles. Esperamos que a HP tenha dito que pagará para que eles desenvolvam aplicativos WebOS, que irá ajudá-los através de qualquer desafio técnico e usar essas experiências para melhorar o desenvolvimento de ferramentas. Afinal, a HP não está sozinha nesse desafio; a RIM teve que trabalhar muito nos últimos anos pra melhorar as suas relações com os desenvolvedores.
A HP, é claro, sabe de tudo isso e no seu grande anúncio do dia 9 de fevereiro, deixou o mais chamativo para o final: o WebOS também rodará em alguns dos seus PCs. A empresa anunciou há um tempo que o WebOS iria rodar em impressoras e possivelmente em dispositivos móveis. O anúncio dos PCs criou, instantaneamente, uma meta quase ilimitada pra desenvolvedores. Em outras palavras, se desenvolver para celulares e tablets não foi o suficiente, agora seus aplicativos irão rodar em PCs do líder mundial do mercado. Isso deve afetar de alguma forma a Apple, o Google e a Microsoft.
Pressionado por mais detalhes por um grupo de jornalistas, McKinney indicou que o WebOS poderá rodar sobre o Windows. Mas ele também disse que pode ser dedicado para laptops ou dispositivos similares ao notebook ChromeOS que o Google fez o protótipo e distribuiu para testes iniciais. Se o tablet é, essencialmente, um terminal de rede com recursos locais para processamento de mídia, não há razão para a mesma abordagem em formas maiores.
Na verdade, assistir a tecnologia móvel surgir e evoluir se tornou um grande esporte, e até agora a competição do tablet tem sido como um jogo de hockey com muita ação. Mas isso está para mudar. A Apple está silenciosa, o que é típico, antes de revelar a sua segunda geração de iPad. A empresa deve estar assistindo tudo isso das arquibancadas, em parte contente por ser líder de mercado e em parte preocupada com os novos concorrentes.
Nenhum dos próximos lançamentos anunciou preços. A HP não foi exceção. McKinney disse que o TouchPad ainda está longe de ser lançado (a companhia pretende lançar no verão), e ele sugeriu que cada fabricante está esperando para ver o que o outro, mas especificamente a Apple, irá fazer. A HP também deve dar aos seus revendedores algum espaço de manobra, algo que a Apple não tem que se preocupar, já que controla muito do ecossistema de seu tablet.
Para ganhar, a Microsoft, a RIM e a HP têm que ter uma estratégia que irá além de ter um grande dispositivo de consumo, uma estratégia que atinja cada um de seus pontos fortes. A RIM está atando o PlayBook com a força da segurança e administração de seu BlackBerry Enterprise Server, contando com uma base leal de clientes corporativos. A HP está atando suas forças em sistemas corporativos pessoais, e talvez em um mundo em que compradores desejem que todo dispositivo de computação (grande ou pequeno) venha de apenas um fornecedor – não contando com a lealdade da marca, mas pelo que a integração com o WebOS oferece. Só Deus sabe no que a Microsoft está se atando.
A boa notícia para as três é que ainda há bastante tempo, e para a HP, é que a empresa está usando esse tempo sabiamente.

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